segunda-feira, janeiro 25, 2010

Gala Cromos da Bola 2009 - A Terceira Noite


Está uma noite estrelada, embora um pouco fria. Nada que incomode Miguel. “Iá, o frio, man, não me aquece nem me arrefece, iá? Tenho, tipo, um, iá, blusão de penas que gamei a um sócio lá em Xabregas, ‘tás a ver? Mem’ assim, iá? É bué da bom o blusão, man, custava trezentos euros na boa, iá? Caguei pró frio”.
Miguel é um jovem que cresceu nos subúrbios. Sabe de cor a cartilha dos pequenos assaltos, é bastante hábil quando toca a escaramuças, domina a linguagem dos bairros e, para além disto, conhece o futebol profissional por dentro. O bichinho do futebol cedo se atravessou no seu caminho e, surpreendentemente, Miguel não o esmagou e conservou-o numa caixinha de cartão com uma folhinha de alface. Assim sendo, o menino Miguel deu por concluída a sua prestação escolar antes do previsto e, como consequência, falhou o sonho que movia todos os meninos do seu bairro: ser um narcotraficante com um Mestrado em Sociologia que também lançasse álbuns de hip-hop na Florida. O chamamento da redondinha prevaleceria ao longo da sua vida. E todos os grandes futebolistas se lembram do seu primeiro contacto com o esférico. Miguel não é excepção. “Eu, tipo, mais a minha crew, iá?, demos a boca a uma bola de cautchu que o betinho lá da escola levou um dia e, iá, foi assim que tudo começou, foi aí que eu dei os meus primeiros pontapés num objecto, iá?, que eu só me habituara a mandar biqueiradas nos meus amigos. Eu ainda era muito tenrinho. Depois, claro que evoluí, iá? Tipo, deixámos o betinho na boa e fomos directamente à loja de desporto, iá? ‘Tás a ver, só cenas tipo Adidas, Puma e Rucanor e eu, iá, é mem’ assim, quero ser jogador da bola e andar aí a curtir tipo mega-estrela dos Ídolos, cenas de marca e o caraças“. [NDR: Miguel utilizou várias vezes um sinónimo que rima com “alho”, que só por decoro nos escusamos de repetir] É claro que nem tudo foram rosas na carreira. Houve alguns reveses. “Iá, é assim, o primeiro foi logo o prof de Português, começou a stressar comigo por me baldar às aulas para jogar à bola e a dizer que chamava os meus cotas e cenas do género, mem’ naquela, a ameaçar-me, ‘tás a ver? Mas eu, iá, não podia parar e a crew da minha street tratou logo dele, iá? Tipo, demos-lhe um ganda enxerto da porrada, mem’ à frente da escola, que era para que todo o people visse. Iá, foi aí que eu senti o poder da bola a chamar por mim. Pá, e eu senti o people todo comigo, ‘tás a ver? Ganda cena, iá? Tens de sentir a cena, man. E seguir em frente".
Hoje Miguel sabe que as dificuldades inerentes ao profissionalismo persistem e, mais maduro, deixa alguns conselhos àqueles que pretendem seguir as suas pisadas. “Man, há cenas de que eu me arrependi, iá? Tipo, o tal enxerto que demos ao prof. Foi má onda. Quando eu tive a minha primeira fusca, disse logo pra mim, «pá, ó Miguelito, tu com esta cena é que devias ter ido aos cornos do prof, tinha doído menos as mãos», iá? Mas, prontos, são cenas. O que eu digo aos putos é para andarem armados. Iá, tipo, mete um ganda cenário. E é assim, treinem os vossos pontos fortes. Por exemplo, ao fugir da bófia e dos picas no comboio, eu treinei os sprints e as fintas de corpo que me levaram a ser um ganda lateral hoje em dia. E sou capaz de tirar a cinza de um cigarro a um tipo a fumar à janela dum rés-do-chão dos Olivais com um tiro de 6,35 mm, estando eu em Chelas, iá? É muito treino. Respect”.
Ver Miguel, o menino dos bairros problemáticos ignorados pelos centros de poder, a receber um prémio encerra em si um enorme significado. “Pá, iá, sinto que mereço, sou suficientemente humilde para reconhecê-lo, ‘tás a ver?”. Miguel apresentou-se vestido com a sua farda oficial de hip-hopper, deslumbrante com o seu boné estrategicamente mal colocado e não esquecendo os ornamentos fundamentais, de que é exemplo a arma. Miúdas de 14 anos gritaram muito e soltaram muitos palavrões de desejo na sua direcção, num delírio colectivo pseudo-espontâneo bem à imagem da MTV. Porém, Miguel revela já ser comprometido. “A Marlene [NDR: o nome que Miguel dá à sua arma] anda sempre comigo. A Marlene é a minha dama, iá? 4 real. Já tive muitas damas, iá?, tipo a Jessica Carina das Olaias, mas quando vi a Marlene, man, senti uma cena do caraças. E a Marlene tem uma personalidade forte e é muita rápida, tipo, iá, tipo, somos tipo, tipo do mesmo tipo, iá? São cenas bué difíceis de explicar. E depois a Marlene abafou a Jessica Carina, que ficou paraplégica, e conquistou a minha crew e, iá, ela é bué importante para a minha estabilidade emocional. Há cenas que um gajo pensa que são definitivas e que depois não são, como aquela tatuagem do Tupac Shakur que o meu primo me fez aos 16 anos e que depois saiu com álcool, mas esta cena da Marlene é para a vida, ‘tás a ver? É uma cena que ‘tá aqui, iá?”, diz Miguel com os olhos humedecidos, pousando uma mão sobre o coração e agarrando firme o Rui Óscar com a outra mão. E como Miguel, o menino de infância turbulenta, se sente agora, exposto na mediática prateleira do sucesso? Podia haver algum nervoso miudinho antes de entrar em palco, como seria natural, todavia Miguel assegura-nos que nada disso se passou. Com a postura característica dos grandes homens. “Iá, ‘tava, tipo, uma beca cagado, iá, mas depois de fumar uma ganza king-size fiquei na boa. Tipo, o segredo é colares as mortalhas em «L». Se não sabes colar as mortalhas em «L» e não sabes centrar uma bola, esquece puto, isto da bola não é para ti, iá? E eu ‘tou sempre a representar, iá? Na boa, sócio”.
Recebido o galardão, Miguel pega na sua tribo de amigos e celebra em conjunto com um rap improvisado na hora. Está ansioso em partir para a festa. “Iá, agora é curtir, man, e mamar as litradas de cerveja que orientámos no Lidl. Eu sou tipo a Cyndi Lauper e digo «girls just want to have fun», mas tiro a parte das «girls» e meto lá outra cena qualquer, iá? Tipo, «bois», que somos nós, ‘tás a ver? Curtiste a cena? AHAHAHAH!, people do gueto é do caraças, man, ganda humor, mem’ naquela. Quero é ‘tar sempre a bombar, sempre na boa, iá?”. A noite está fresquinha mas Miguel continua a altas rotações fora da Gala Cromos da Bola 2009. Não havia segurança capaz de o deter. Este lateral direito é imparável.

NOTA DA DIRECÇÃO DA CROMOS DA BOLA, SAD: A peça acima reproduzida não retrata as pressões indignas que a Cromos da Bola, SAD sofreu na sequência do anúncio da entrega dos Rui Óscares 2009. Quando nos preparávamos para atribuir o Rui Óscar para o melhor filme criminal, Miguel “ofereceu-se” para receber o galardão da forma que passamos a citar: “Iá, ganda mambo, quero essa cena pra mim, sócio”. Dado que os seus argumentos eram irrecusáveis, nomeadamente, a parte da arma na sua mão, a SAD acedeu com algumas reservas, tendo em vista o superior desígnio que é a prossecução do evento. O título do filme é uma transcrição do que Miguel nos disse na altura: “Man, não vou o quê? Eu vou entrar, iá? E é bom que entre na boa, sócio… ‘Tás a ver? Sócio, tudo o que tiveres nesses bolsos é meu”.
A todos os que perderam a carteira nesta cerimónia a organização lamenta mas declina quaisquer responsabilidades.
Ainda nos meandros do crime, cabe à SAD declarar que o grande indigitado para vencedor desta categoria era Pinto da Costa, mas a SAD à última hora escutou, numa das suas costumeiras conversas ao telemóvel, que Pinto da Costa não viria receber o galardão. Isto porque Pinto da Costa detém uma enorme fobia a máquinas fotográficas, como certos jornalistas já sentiram numa dada rua do Porto. O sentimento é ilustrado pela foto abaixo. Como há muitos flashes neste certame promovido pela nossa SAD, e julgando que tal poderia perturbar o andamento da cerimónia, a SAD optou por não convidar Pinto da Costa. Este, porém, mostrou-se bastante honrado e transmitiu-nos a ideia de beber um galãozinho com fruta em nossa honra e de dedicar o prémio à memória do Guarda Abel. E a nossa SAD, numa outra escuta que acedeu, confirmou que este sentimento de empatia para com a nossa SAD é verídico, pois ouviu Pinto da Costa a aconselhar o Valeri
“Ó morcão, tens um sítio porreiro para visitar num destes dias e onde te vais sentir como Peixe na água, que é aquele blogue de atrasados mentais”, ao que Valeri respondeu “Sí, señor Presidente, como un centrocampista muy guapo en el agua”.

domingo, janeiro 24, 2010

Gala Cromos da Bola 2009 - A Segunda Noite

O horror. O drama. As vidas perdidas, carreiras decepadas. Crianças que choram, adultos que desesperam. Tudo isto poderia ter sido resultado do Sá Pinto ter encontrado uma mosca na sopa, mas não: na produção premiada com o Rui Óscar para filme de terror com mais amputações posicionais, temos LEFTY HELL - a estória de um tresloucado lateral argentino tão massivamente incapaz, que sozinho consegue a proeza de obrigar o seu treinador a tirar três jogadores das respectivas posições de origem, pondo-lhes a sanidade mental em acentuado risco.

Entrevistado à entrada, João Moutinho negou-se a tecer qualquer comentário ao filme, dado ter-lhe sido barrada a entrada nos cinemas, pois o seu visionamento está interdito a menores de 12 anos.
Esta situação causou alguma celeuma, visto que José Dominguez teve o mesmo problema que o capitão sportinguista: "Nem quando mostrei o B.I. os gajos me deixaram entrar. Ainda os tentei driblar, mas caí, rebolei e fui copiosamente ignorado. Aproveito a oportunidade para anunciar também que irei processar os responsáveis pelos anúncios do iogurte Danoninho por publicidade enganosa. Obrigado."

Alheio à polémica, José Shaffer (irrepreensível no exigente papel de Crazy José Shaffer) mostrou-se felicíssimo pelo galardão.














Através de vídeo-conferência em directo do relvado da Luz, o argentino exibiu a estatueta (demasiado) abraçado ao seu melhor amigo, Patric Lalau.
Mas por que razão brandia o excitado Lalau um Rui Óscar?

Pois bem, para descobrir esse e outros mistérios (tais como o paradeiro de Seba Prediger e dos Pólo Norte) mantenham-se colados ao écran do CDB SAD, tal como o Darko costumava fazer.

segunda-feira, janeiro 18, 2010

Gala Cromos da Bola 2009 - A Primeira Noite

E a Gala começou com uma pequena surpresa:




















"Beerfest", um filme que passou sob o radar dos críticos de cinema mais conceituados, ziguezagueou em contra mão por uma faixa de sentido único até esbarrar contra a parede do sucesso.
Este inesperado vencedor conta com as inebriantes prestações de jovens promissores como Ciel, Sapunaru, Ilusão, Leandro Grimi, e com o surpreendente regresso do veterano Serguei Yuran, no papel de Mad Max da Boavista. Com tanto talento em exibição, o espectador não se importará certamente de ver em duplicado.














Ébrio de felicidade, o grupo vencedor festejava no bar do teatro onde se realizou o certame - curiosamente já antes de saber que iria ser galardoado com o prestigiado Rui Óscar Para Melhor Comédia Etílica. Parece que o Ciel tinha roubado um Rui Óscar qualquer.
O veterano Yuran faltou à confraternização por alegadamente ter atropelado quatro pessoas e um cão a caminho do evento - estará possivelmente a caminho do Botswana.
Quem gostou de ver uma caneca vaga à mesa foi Alberto João, que fez o obséquio de abrilhantar a festa dos quatro campeões no desporto de levantar o copo.

Na ressaca da surpresa a abrir, iremos continuar a seguir os filmes premiados do ano de 2009.
Mantenham-se ligados a CDB,SAD.

domingo, janeiro 17, 2010

BiChanos

A união homossexual já está no papel. Era impossível reprimir a vontade do arco-íris durante muito mais tempo. E os sinais eram mais que evidentes. Pegando no futebol, sempre houve comemorações demasiado exuberantes (isto é para ti, André, que apalpaste o Jorge Couto sem pudor em Alvalade) e beijinhos por dá-cá-aquela-palha entre homens musculados, algo que nunca levantou grande celeuma (“ah, eles estão muito contentes”, desculpava-se). Portanto, o futebol, nestas manifestações ocasionais, acabou por ser uma montra de grande visibilidade para a propaganda gay.
Tomai como exemplo a gravura supra – uma amostra do Benfica vintage de 1999/2000, já lá vão 10 anos. Vintage sim, porque de uma só penada juntaram-se ícones da estirpe de Bossio, Sérgio Nunes, José Soares, Okunowo, Uribe, Tote e, claro, Chano, só para não ser exaustivo, já que podíamos passar meses a compilar enciclopédias em torno dos nomes deste plantel.
Dissipadas as subtilezas, esta foto é devastadoramente icónica. Um instantâneo pleno de oportunidade, captando um casamento perfeito a três entre os jogadores em causa, o espaço e o tempo, que podem ser ou não do mesmo sexo (cá para mim, o tempo e o espaço são hermafroditas, embora sejam muito polivalentes dentro das quatro linhas). Só por mera distracção esta gravura não está exposta numa dessas casas do Bairro Alto, ao lado de um pictograma do Ronaldo em tronco nu. Aqui está uma barreira constituída por personalidades marcantes, na qual o preconceito só podia esbarrar com estrondo.

De Machairidis, o relâmpago grego que faiscou pelas bandas da Luz, dizia-se à boca cheia pelo terceiro anal, perdão, anel, que possuía tendências capazes de fazer corar o próprio deputado Miguel Vale de Almeida nas suas delirantes festas de mudança de partido.
Nuno “Amélia” Gomes, o grande falhador de golos (por oposição a “marcador”), dispensa apresentações.
E sobre Calado, bom, é melhor remetermo-nos ao silêncio.
Depois, o infeliz Rojas, no sítio errado à hora errada, parece um caso típico de quem se equivocou nas companhias e acabou num bar só com homens, procurando esquivar-se daquela barreira enquanto é tempo. Aliás, erros eram mesmo com Rojas.

Eles podiam não ser futebolistas de grande calibre – Machairidis até se assustava quando via uma bola a mexer e Nuno Gomes tem enganado muita gente durante toda uma carreira devido à fantástica capacidade de tabelar como se fosse um flipper –, mas nem sempre interessa a técnica ao futebolista, para mais se falarmos no Benfica dos tempos loucos de Vale e Azevedo. Outros valores se devem então erguer. E eles estavam cá todos: a coesão na luta pelos seus direitos, o agarrar firme dos seus tintins, as costas erectas voltadas para os seus postes e a tentativa de, em grupo e com os corpos unidos, impedir que as bolas entrassem no seu reduto.
Lamentavelmente, a mensagem não passou de imediato e estes homens não viram os resultados imediatos do seu combate pela igualdade – para dizer a verdade, eram tempos em que o próprio Benfica mal conseguia chegar à igualdade em termos de placard.
Ânus, perdão, anos passaram e agora sim, imagens como esta são reconhecidas pelo Governo. Honra seja feita aos pioneiros.

Dentro de instantes, não percam a Gala Cromos da Bola 2009.

quinta-feira, janeiro 14, 2010

Gala Cromos da Bola 2009

E no dia 14 de Janeiro de 2010, o Mundo virou-se para Portugal.

Seguindo uma tradição iniciada em Janeiro de 2009, a Gala Cromos da Bola surge das cinzas para premiar com os cobiçados Rui Óscares os maiores acontecimentos cinemato-cromáticos do transacto ano civil.

A preparação para o evento foi aturada e minuciosa. Aqui vemos Paulo Madeira a sugar o pó do tapete vermelho que alguns dos seus colegas iriam pisar mais logo.














O Primeiro Ministro José Sócrates fez uma breve aparição, apesar de demonstrar o seu desagrado pelo evento não ser realizado por fax, a um Domingo. Porém, a ira do poderoso beirão foi apaziguada quando soube da presença de Sérgio Lavos, como é natural.

Nos Países Baixos, 12 aviões foram fretados para apoiar Floris Schaap no evento. Infelizmente, a polícia lusa passou por momentos complicados quando os holandeses deram pela ausência do seu conterrâneo, que se pavoneava na Concentração Bi-Anual de Famel em Boticas. Temendo o pior, o Ministro dos Negócios Estrangeiros Luís Amado negociou a vinda de Gaston Taument com a comissão organizadora da Gala (nós). Com sucesso.

No tapete vermelho, o público clamava sobretudo por jogadores da União de Leiria.
Mais tarde veio-se a saber que a Câmara Municipal da cidade pagou a sem-abrigo para se fazerem passar por adeptos do clube. Indiferente a esse facto, a dupla Fua-Bambo fez o possível para se evidenciar. Os três verdadeiros adeptos da União presentes pareceram bastante felizes com o impecável fraque do extremo.

No que respeita ao público infantil, os petizes presentes não satisfizeram a sua insaciável curiosidade, visto que Rudi e Driss não puderam comparecer, dado compromissos inadiáveis na Lapónia e na Cidade do Cabo.
Infelizmente, a presença de Marian Had em fato de panda cor-de-rosa não teve o efeito que a organização esperava no que concerne ao preenchimento dos corações das criancinhas.
Aparentemente, Rudi e Driss serão insubstituíveis. A Cromos da Bola, SAD pede publicamente perdão pelo deficiente abordar da questão.

Mas nem tudo foram fiascos.
O Rei da passadeira vermelha deu pelo nome de King. Naturalmente, o ex-central chegou atrasado ao lance, mas a tempo de ser apanhado pelos fotógrafos ávidos de uma perinha oxigenada. Habituado à cor vermelha, seja pela camisola, seja pelo cartão, o brasileiro desta vez não desiludiu, visto que o único charuto que enviou para a bancada acabou por incendiar o sector C2 dos mirones.
"deviam ter construído um Paredão!", gritaram alguns curiosos.

De seguida passaremos para o interior do pavilhão, de onde iremos acompanhar a Gala a par e passo. Mantenham-se ligados à Cromos da Bola, SAD para as próximas novidades relativas aos Rui Óscares de 2009.


domingo, janeiro 10, 2010

Professor Como Ele Não Há Nenhum

- Young man, I want you to tell me... no, better; you stand up, and tell the rest of the class: what do you wanna do with yer life?
- I wanna be Prof. Neca!


Não é fácil não, meus senhores. Ser Professor não é para qualquer um. Observem a dolorosa metamorfose encetada por esta borboleta futebolística que é o louríssimo Neca. Aqui se exemplifica a evolução de um simples jogador que dá uns pontapés na bola ao estado superior que obriga à utilização de um título que transborda de prestígio e sapiência – o Graal de todo o Homo Futebolensis, o título “Professor”.
Primeiro, a perda de cabelo. Mas ainda é uma evolução rudimentar; ganha-se algum saber, mas não o respeito de seus pares. Depois, o bigode: e aqui é o ponto de não-retorno; o bigode é a fase evolutiva crucial no desenvolvimento da crisálida – sem boas condições de humidade, exposição ao calor e, também e porque não, uma boa dose de sorte, não teremos mais um Professor a esvoaçar por esses bancos de futebol. E uma vez adquirida a careca e o bigode, temos o verdadeiro Professor. Neste caso, um belo Prof. Neca.
Por esta altura, já se deve ter tornado claro que falar em Professor e Prof. Neca é praticamente a mesma coisa. Ele é o vulto que encarna toda a mística do título Professor, o homem que moldou a magia deste nome encantado como um oleiro cheio de mestria, o profeta que abriu novos mundos à utilização do nome Professor.
E voltamos a assinalar a importância do bigode num Professor. Todos os Professores tiveram bigode. As evidências são muitas. Vejamos: Queirós teve bigode e ganhava. Jesualdo teve bigode e não ganhava. Manuel Machado, dependendo da lipo-aspiração, ainda deve ter bigode.
Depois há os que apenas não cumpriram meras formalidades, uma espécie de Professores-bastardos. Vítor Manuel sofria como um Professor e quase teve um ataque cardíaco quando quis cortar com o bigode. Toni podia ser Professor, mas preferiu continuar a beber tinto. Mourinho usou uma vez bigode no Carnaval e isso mudou a sua vida da forma que todos sabemos.
E quem se diz Professor sem ter tido alguma vez bigode é porque é impostor.
Talvez seja heresia, pensar que pode haver alguém que possa acalentar a pretensão de chegar aos calcanhares dessa majestática figura que é o mais Professor de todos os nossos Professores – sim, esse mesmo, o Prof. Neca, que até se dá ao luxo de abreviar o seu grandioso título, naquele jeito tão humilde que só está ao alcance das grandes figuras.
Neca não é nada por aí além. Mas se Neca algum dia for Professor, será obviamente um Professor Neca, parte II – a sequela. E isso tem tanto de evidente quanto de perturbador.
Cá esperamos por essa possibilidade, qual steward no túnel da Luz pela equipa visitante.

P.S. - Fomos agraciados com o prémio que podem ver na Sala de Troféus na barra lateral pelo blogue Futebol Bonito. E foi muito bonito, sim senhor, faz muito boa companhia ao pó que empesta a referida sala. Resta então prolongar a corrente elegendo 4 blogues da nossa preferência...
...e o 5º, devido às dores musculares que afligem o plantel nesta altura da época...
Cromos da Bola, SAD (uma surpresa)
Não vá sermos atacados pelo bruxo que fez patifarias ao Ronaldo, eis o texto da praxe:

1- Exibir a imagem do "Prémio Relíquia da Internet" que acabou de ganhar, em qualquer área do blog (barra lateral, por exemplo);
2- Publicar um post a informar que ganhou o selo e o link do blog que o ofereceu;
3- No mesmo post, publicar as regras e indicar os cinco blogs a quem oferece o prémio;
4- Avisar os blogs escolhidos com um mail ou comentário, enviando-lhes o código do selo e o endereço de seu blog;
5-Conferir se os blogues escolhidos por si passaram o selo e as regras.

sábado, janeiro 09, 2010

O Elixir da Eterna Juventude by Angola Star

Vem aí um Mundial.. nao, eu Europeu.. nao ! Um Africal, um CAN!!!
O que para nós é sempre uma montra cromística frutuosa.
Desde já, a nossa homenagem a um dos convocados de Angola e possivelmente uma das vedetas do evento:
Pedro Manuel MANTORRAS. a alegria do poooooooooooovoo irmãooooooooooo!


Para ele aqui fica uma letra apropriada para motivar e sensibilizar para uma eterna juventude que todos poderão atingir... pelo menos no SLBenfica.
Como respeitamos os direitos de autor, agradecemos também ao único Godinho deste país que nao está preso nem indiciado em corrupção. Afinal há Godinhos bons em Portugal.



E para Karaokarem um pouco, aqui está a bela Godinha letra.

Estou velho!

Dói-me o joelho
Dói-me parte do antebraço
Dói-me a parte interna
De uma perna
E parte amiga
Da barriga

Que fadiga
O que é que eu faço?
Escolho o baço ou o almoço?
Vira o osso
Dói o pescoço
É do excesso
Do ex-sexo
Alvoroço
Reboliço
Perco o viço
Já soluço
Já sobroço
Esmiúço
Os meus sintomas
E já agora, do meu médico
Os diplomas
Esmiúço
A consciência
E já agora, apresento a penitência
Ah que estou arrependido
De ter feito e de ter tido
Ai coração, ora seja
Como a que ouvi na igreja
Mea culpa, mea culpa
Minha máxima desculpa
É ter vindo p´ro presente
Conservado em aguardente
Quero ser p'ra sempre jovem
As minhas células movem
Uma campanha eficaz
Água benta e água-raz

O elixir da eterna juventude
Esse que quer que tudo mude
P'ra que tudo fique igual
Estava marado
Falsificado
É desleal!


Vou implorar aos apóstolos
Mas é pior, que desgosto-os
Com tanto pecado junto
Não lhes pega nem o unto
Vou recorrer aos meus santos
Esses, ao menos, são tantos
Que há-de haver um que me acuda
Senão ainda tenho o buda
Maomé vai à montanha
O papa, ninguém o apanha
Na rússia, o rato rói a rolha
Venha o diabo e escolha

O elixir da eterna juventude
Esse que quer que tudo mude
P'ra que tudo fique igual
Estava marado
Falsificado
É desleal!


Misticismo agora à parte
Envelhecer é uma arte
"arte-nova", "arte-final"
Numa luta desigual
Só me vou pôr de joelhos
Ante o mais velho dos velhos
E perguntar-lhes o segredo
De p'ra ele inda ser cedo
Quando o espelho me mira
Já nem o chapéu me tira
Deito-lhe a língua de for a
Pisco o olho e vou-me embora

O elixir da eterna juventude
Esse que quer que tudo mude
P'ra que tudo fique igual
Estava marado
Falsificado
É desleal!
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